Update: Por que morrer é tao ruim? [2]

Há algum tempo atrás eu escrevi um post em meu blog perguntando: Por que morrer é tão ruim? Desde então, eu conversei com várias pessoas, tive retorno de outras pelos comentários, assisti algumas coisas e fui, como sempre, adaptando minha opinião. As idéias principais foram as seguintes:

  • Viver é ducaralho!
  • Será que viver para sempre seria bom?
  • Quando morrermos, será tão tranquilo assim?

Será que viver é ducaralho mesmo? Nada melhor que nós mesmos para saber. Tem algumas pessoas que acham que viver é um fardo… E para outras viver é realmente um fardo. Eu particularmente, como disse no post anterior, acho minha vida muito boa. Mas o que fazer quando a nossa vida não é tão boa assim? Primeiro temos que perguntar três coisas: Será que é realmente ruim mesmo? Será que não é apenas uma fase? O que eu poderia fazer para melhorar?

Essas três perguntas são básicas, mas difíceis de responder, ainda mais para uma pessoa pessimista que acha que a vida não vale a pena. Nesses casos, talvez uma ajuda externa ajude. Obviamente 95% das pessoas consultadas sobre isso irão dar opiniões otimistas, para que a pessoa melhore sua vida, afinal estes “conselheiros” não vão querer ser responsáveis por uma vida “ainda pior”. Na boa, o importante mesmo é ser crítico. Ser crítico quanto à sua situação, à sua opinião e à opinião dos outros.

Eu gosto mesmo é de ser otimista. Se a vida tá ruim em um momento, em outro poderá muito bem estar ótima! Quem viu o post passado, viu a representação da Morte em Sandman (por sinal, linda representação!). Isso me faz lembrar de uma das histórias do Sr. dos Sonhos… A história começa com um homem falando para seus companheiros: “A morte é uma baboseira, eu não vou morrer.” Sandman escuta a história e fica interessado. “Como você vai fazer isso?” – Morpheus pergunta. O rapaz diz, espertamente: “Fazemos assim. A cada 100 anos te encontro nesta mesma taberna, neste mesmo dia do ano.”.

A cada 100 anos o homem voltava àquela taberna e encontrava com o Sr. dos Sonhos. A cada visita, porém, ele estava sempre diferente. Em uma época era trabalhador, outra época era um mendigo, outra época era um empresário rico. A inércia é cruel, eu sei, mas nada é estático nesse mundo. Então eu prefiro viver em um mundo otimista.

Mas e aí? Se a vida não é ruim, por que morrer? Por que não viver para sempre? Por que não fazer que nem o homem da história e simplesmente enganar a morte e viver para sempre? No post passado, eu comentei que viver para sempre poderia cansar. Mas logo depois de muitas conversas e opiniões fui mudando minha opinião: será que esse “cansar” também não é apenas um efeito físico do desgaste do nosso corpo? Mentalmente, o cansar poderia ser diferente, mas em um mundo com “infinitas” possibilidades e eventos distintos, será que realmente a gente iria cansar?

O que me traz para outra história, a do filme “O Homem Da Terra” (Man From The Earth, em inglês). É o tipo de filme que eu chamo de “mindfuck”, ou seja, faz você pirar na batatinha de tanto pensar. Descobri o filme através de meu amigo Rafael, que por sua vez pegou o filme com o colega Rene (só para constar, a distribuição do filme é liberada!). O filme conta a história de um professor de faculdade que decide mudar de cidade e emprego depois de 10 anos como professor. Ele então faz uma confraternização com outros professores amigos, e durante a reunião na casa dele, com todos perguntando por que diabos ele está mudando radicalmente o rumo da vida sem mais nem menos, ele faz a pergunta: “E se eu fosse um ser que não morre, e que está andando pela Terra há 14.000 anos?” Os colegas professores especulam e ridicularizam a idéia absurda, mas quem está errado? E que revelações este homem “imortal” poderia nos dar?

No filme, a narrativa conta toda uma saga de um homem que não morre, vive milhares de épocas diferentes… E não cansa: pois é jovem e não envelhece. Apesar de ser apenas um homem comum, viveu por 14.000 anos em diferentes épocas, de diferentes formas e em diferentes lugares. Será verdade? E talvez, para ele, as coisas que damos mais importância, com o tempo podem ter se tornado banais o suficiente para ele não ligar muito. Pois bem, recomendo bastante assistir o filme!

Man From The Earth Logo
Man From The Earth Logo

E se morrermos, será tão ruim assim mesmo? Sobre isso, eu ainda continuo bem firme com minha opinião, de que a morte não é tão ruim assim e que quando morrermos, o nada nos presenteará com a paz eterna e absoluta. Mas tem quem diga que não seria justo ser só isso e que as religiões têm uma certa razão. Eu duvido muito 😉

10 Comments on “Update: Por que morrer é tao ruim? [2]

  1. ééé Mister Hugo… ótimo artigo, mas na minha opinião, quando morrermos, teremos o alivio eterno ou o sofrimento eterno… e olha que nem estou me baseando em religão (o que eu sei que vc não curte muito =] )… por exemplo, no modelo que vc cita no texto, nos da a entender que assassinos, estrupadores e toda essa renca de gente ruim quando morre encontra a paz, assim como as “pessoas boas”… mas se fosse realmente desta maneira, eu te pergunto: por que vc é uma “boa pessoa”??? já que não importa o que fazemos em vida, por que nós seguimos, de certa forma, as regras da sociedade?… eu sei que você pode citar alguns motivos, porém, o que eu eu digo é, ao meu ver, pessoas que foram ruins nunca ficarão no mesmo lugar de pessoas boas, e isso inclui o direto da “Paz Eterna”… para encontrarmos a Paz, precisamos ser merecedores dela!!!

    Abração Hugo, e bora fazer mais uns artigos aew p/ gente quebra a cabeça lol Flw

  2. Por que as pessoas acham ruim a gente querer morrer. Já tentei varias vezes suícidio, a ultima foi dia 13/09, tinha tudo pra dar certo, mas minha vizinha ouviuum barulho, eu caindo, entao arrombaram a porta e eu ja estav bem desfalecida, fui reanimada com choque, sai do risco de vida no outro dia a tarde, e da uti dia dia 24. Todos me tratam com raiva de mim, me desprezam, (ninguem foi me visita, nao que isto impotasse)minha filha parece me odiar. Sou depressiva, com transtormo bipola e grau baixissimo de altista, vivo sozinha depoisque meu ex marido me trocou por uma velha gorda, feia e fedida. To com cancer, o que mais quero da vida, NADA. Bao morri infelizmente, mas matei os poucos que gostavam de mim, e nao tirei esta ideia da cabeça, vou me matar SIM. tomei uma medicação, que 50% dela mataria um cavalo eu tomei 2 vidros.(na veia) Se ninguem se importa quando acerto, porque se importam quando erro. Alguns poucos amigos que sabem ficam me ligando, fazendo eu prometer que nunca mais farei isto. Já tentei outras vezes.
    SE NAO ME DEIXARAM VIVER EM PAZ ME DEIXEM MORRER EM PAZ.
    beijos voce é demais.

  3. Cara, tenho pensado sobre este assunto ultimamente e sem querer achei este post procurando um “trem” sobre “/proc”.

    Minha opnião é a seguinte: Não quero morrer nem a pau juvenal! Não vejo a hora de descobrirem o caminho da imortalidade. Nem que seja com o cerebro num pote, pelo menos não vou ter que padecer no esquecimento da morte.

    Eu vejo como muuuuuito triste a idéia de “deixar de existir”, morrer, ir para o beleléu… E como eu não sei o que tem do outro lado, ou ainda, se é que tem alguma coisa, então eu quero é ficar por aqui mesmo.

    Abç

    mur1l0

  4. Tudo bem Hugo Cisneiros !!, vc colocou seu post mais uma vez de forma interessante e inteligente, já tinha ouvido falar neste filme ai e agora vou tentar ver depois de sua indicação, não sei se lembra, vc já deve ter se chateado comigo no outro post “Porque morrer é ruim 1” porque parece que vc sempre tenta desmerecer de alguma forma a religião, enquanto eu, quase sempre apoiei com cuidado certas religiões sem parecer fanatismo, e parece que “tentei” esculachar as pessoas descrentes(mas, só parece que os desmereci), na verdade o meu discurso era para tentar explicar a condição de ambas as filosofias, se fui meio ignorante me desculpe, isso é natural, vc entende Né? o que acontece é que assim como vc, tbm já fui cético ou ateu demais tbm, só que por vezes o ceticismo é muito imparcial, A imparcialidade de um debate por vezes é bom, porque favorece o conhecimento e a criação de idéias, mas ser parcial favorece muito mais disso. Isso é do ser humano mesmo, ele tenta ou quer sempre escolher um lado A ou B, ou estar “na moda” de algum assunto, é difícil aceitar quem não aceita o que aceito, mas não é difícil entender este sentimento, devemos estudar cada idéia e não debochar das contrárias á nossa, quando não as compreendemos ou quando sequer estudamos. Mas, o mais importante, é que devemos respeitar o pensamento e ideal dos outros, sem impingir com soberba, a observância do teu próprio pensamento e ideal. Uma grande atitude é ser discreto e equilibrado para não provocar reações contrárias estridentes. A todos dedique a tua atenção e gratidão na mesma medida.
    Já não me surpreende, eu já espero, que um descrente procure não ter medo da morte(mas impossível), um religioso fanático irritado porque falaram mal de Jesus e que um “desiludido” fale em suicídio(geralmente ateus, me desculpe, mas é verdade!), na maioria das vezes são pessoas sem fé ou com a fé destorcida(religiões fanáticas)que se matam ou matam os outros por Deus, daí a superioridade da religião espírita(de Allan Kardec) que acompanho(mas não sou fanático). Leia o “Céu e o Inferno”, de Kardec, ou “Além da Eternidade”, são livros bem claros e estudados, pra entender o que eu quero dizer sobre a vida após a morte, e compreender que nem toda a religião é idiotizada e alienada, como certas pessoas adoram ficar batendo na mesma tecla.
    Agora quando vc mesmo fala que “a morte não é tão ruim assim” já está expondo sua fraqueza pela sua morte e a dos outros, se a morte “não fosse tão ruim assim” você nem sequer estaria falando nisso com seriedade, seria apenas um assunto de ponto de ônibus : “Será que vai chover hj? Ih não sei. Acho que vai!” e acabou!. Não há como disfarçar o medo da morte, é um tudo que se vai, este medo é uma proteção natural e imbatível contra a inexistência da rica consciência humana e suas faces caras. Apesar de usarem esta idéia do medo como parte da criação mental de Deus e sua salvação, como proteção carnal, no entanto não tem muito a ver com o “nada evolucionista”, aquilo que segundo os descrentes criou e salvou o mundo até hj sozinho. Evolução e Criação são a mesma coisa e caminham juntos na eternidade.
    Não adianta disfarçar este medo natural, dizendo que “o nada nos presenteará com a paz eterna e absoluta”, vc percebeu que sua frase não faz sentido?, e isso é apenas uma auto-proteção sua!. Se vc(sua consciência) se separa do corpo e transforma-se no nada(vazio inexistencial) quando morre(na sua teoria), como então vai perceber o presentaço de alívio anti-existencial que o NADA vai te dar quando for virar um ZERO á esquerda?, se esqueceu que vc virou nada?, o nada não pensa, o nada não faz nada, o nada é frouxo, o nada é um tolo vazio, o nada só quer alívio, o nada não pôde, não pode e nem vai criar nada neste universo, então se achar que veio do nada, pode aparecer para pessoas como vc, esta idéia no pensamento, de que absolutamente nada acontece depois da morte!, porque só o nada para criar(como se ele pudesse fazer isso) algo tão inútil e contrário aos verdadeiros sentimentos humanos, por isso a avaliação do nada como o criador e finalizador das coisas é incabível á lógica do tudo que existe.
    Só um tudo idealista(entenda isso como um design inteligente)pode criar alguma coisa, porque Para todo efeito inteligente tem que haver obrigatoriamente uma causa inteligente. Um átomo por si só não pode ser racional, como na ideologia materialista, até porque até onde sabemos, isso não é tudo, existem possivelmente outras formas imateriais que ainda não cabem nos nossos sentidos e nem no cérebro pensante, isso que sentimos da morte é mais um sentimento carnal e se me permite dizer espiritual, que parte da ineficiência, obviamente moral e sentimental, de não aceitarmos algo que no momento não está fazendo parte, pelo menos nos nossos sentidos carnais, da nossa atual natureza encarnatória.
    Segundo vc, ninguém sente nada depois da morte, isso é um super alívio?, é bom?, então porque não tenta se matar? Vc vai dizer: “ não eu tenho medo”. Há muito mais estudos, inclusive provas, de vida pós-morte do que de morte pós-morte, obviamente não conta aquelas que na maioria das vezes não estamos vendo ou provando, uma pessoa morre e não vemos mais ela, e assim foi. O suicídio não tem nada a ver com a matéria, mas com um vazio de sentimentos espirituais da mente(fraqueza de luta), que tem muito mais a ver com a evolução espiritual do que com a evolução material, que sempre afirmo tbm aceitar, este é um típico sentimento que vem de pessoas materialistas que não podem aceitar as dificuldades da vida com o seu livre-arbítrio, a Lei Divina para todo o Universo, porque para elas tudo se resume em átomo e vazio, não tem objetivo para agarrar e não lhes cabe as dificuldades da vida como aprendizado espiritual, não é Cida Zettel?
    Mas só pra deixar claro, vc disse que “tem quem diga que não seria justo ser só isso e que as religiões têm uma certa razão. Não acredito nisso”, acontece que vc não precisa culpar as religiões por isso, porque tem asco delas, porque não foram elas, mas o próprio ser humano, que nasce com sua moral e medo da morte, não foi a religião que criou isso para as pessoas acreditarem, isso é um tipo de “ilusão que os desiludidos sofrem”, o medo da morte só é injusto e pavoroso para aqueles que não aceitam a vida espiritual como algo natural, vida espiritual e crenças não tem que ter necessariamente uma relação com as religiões, uma ligação com o sobrenatural, daí a tendência natural do mundo hj em dia, cada vez mais materialista, não aceitar essas coisas mais naturalmente como deviam.
    Índios nunca vão á igreja, mas são muito mais espiritualizados do que os evangélicos. Isso tudo são apenas sentimentos morais naturais de nossa raça humana.
    As religiões não criaram sentimentos ruins, nem discórdia, nem alienação e nem ódio, mas os homens com seus livres-arbítrio errantes de aprendizes. O medo que sentimos está de acordo com o fim de um ciclo de vida(de uma reencarnação por exemplo) e não porque é o fim de tudo o que somos, tem mais a ver com missão cumprida ou não, do que com um final injusto. Morrer é ruim sim, se suicidar é pior do que morrer naturalmente, mas saber viver é muito melhor do que tudo isso que falamos aqui.

    As pessoas que costumam jogar a religião contra a parede estão ficando muito repetitivas, algumas religiões realmente são um lixo(não cito nomes), mas algumas são tão espetaculares, como o espiritismo, que ainda não cabem na cabeça de céticos e idealistas imorais que só observam o errante materialismo humano como única prova total da inexistência de Deus. Certos pensamentos sobre a crença espiritual humana estão tão batidos quanto um jogo começar 0X0. “Crentes são otários e bobos”, “rezar não serve pra nada”, isso são palavras de pessoas descrentes que acham que estão falando alguma novidade. Esses pensamentos são mais arrogantes e infundados do que sensatos, são repetidos há muito tempo, é isso mesmo!, E ninguém viu mudança de regra nenhuma, e nem vai ver! Enquanto as palavras de um certo homem ecoam na cabeça de muita gente até hj, certo!, apesar disso o mundo tbm não melhorou(adivinha porquê), mas advinha quem a gente procura quando as paredes fecham?. Não há porque rivalizar informalmente e degradar as idéias contrárias ás nossas filosofias, ás vezes não aceitamos, porque tbm não enxergamos, por isso deixei de ser religioso, não por opção, mas por conhecimento de grandes conhecimentos de efeitos e causas contrárias á essa idéia e tbm deixei de ser ateu pelos mesmos motivos.
    Eu concordo que não há mais cabimento para religião capitalista cravando dentes no nosso cérebro, tanto quanto não há mais espaço para descrentes arrogantes e debochados sem organização de idéias, já fui muito radical com religião e com os super céticos tbm, agora estou bem dividido e mais sensato, hj eu prefiro discutir isso seriamente com alguém inteligente como vc Hugo!
    A grande revolta com a opinião dos outros, com xingamentos, pode revelar que vc não tem conhecimento do que quer opinar e não encontra razão em sua própria filosofia de vida!, o que faz de vc pra muitas pessoas um chato incoerente, tem coisa pior do que isso?. Por isso sou completamente a favor do discurso inteligente, cético e racional, dentro dos limites da razão.
    “A Fé só não basta. É necessário alicerçá-la no Conhecimento”

  5. Anos depois…
    Interessante é que gente para defender a vida tem um monte e é moralmente aceito como único caminho.
    Quero ver alguém contra-argumentar toda essa baboseira que foi dito, sem certeza nenhuma (fé é uma coisas humana, se existe divindade é outro assunto) e não ser massacrado neste espaço.
    Dissecando toda a moral e sentimentos humanos faz restar algo que as pessoas não vêem, porque estão afastadas da natureza e mais próximas da divindade, da tecnologia (bem-estar) e da moral esdrúxula de indivíduos ou grupos.
    O medo de morrer não tem nada a ver com o que vcs escreveram.
    É puramente instintivo. Por sorte e apesar das loucuras humanas ele sempre nos salva na hora em que precisamos, não é Cida Zettel (Também citada pelo Rodrigo).
    Ninguém quer realmente morrer. O nível de perturbação para que este estado seja alterado é algo que observa pouca coisa disso que vocês colocaram. Geralmente se dá por alterações químicas e/ou estados provocados por eventos traumáticos, onde o problema é identificável e poderia se dizer que são superáveis, porque ninguém é mártir, porque todos passamos por eventos assim algum dia. Já a alteração química deve ser tratada por profissionais da área de saúde… repetindo: Da área de saúde.
    Viu, enganei vocês. Eu defendo a vida! 😀

    • @Leo:

      Ótimo comentário… É o instinto, a vontade de viver. Do contrário, é algum distúrbio que pode mudar com o tempo. Foi isso que eu concluí com esse segundo post. Nada é tão ruim assim que não possa ser mudado, com o tempo, para algo melhor.

      Mas continuei achando que o medo do pós-morte ainda é absurdo. 🙂 Morrer é natural, então quando estivermos “cansados” da vida, com nossos 120 anos, espero que nos seja contemplado o descanso pleno e eterno 🙂

  6. É interessante esse tido de post, mas parece que devemos ter nossas próprias respostas. Penso em morrer várias vezes, mas só posso dizer que é uma covardia em meu caso. Não vivo plenamente pq sou covarde e não me mato pq sou covarde também. É intrigante que o mesmo sentimento cause reações contrárias :D. O que parece é que tudo é questão de fé, até mesmo não acreditar em nada é fé. Pq provar isso é bem difícil, ou acredita-se ou não. Acredito que há algo mais, mais ainda não sei exatamente o que é, consigo me imaginar sem pensar, sem sentir, sem respirar mas sem consciência ainda não. Deus é, e possivelmente será o maior mistério da humanidade. Pois hoje, pelo menos na nossa grande maioria, vivemos apenas de teorias.

  7. Hugo, você descreveu uma visão incompleta da morte. Você está pensando apenas na morte “natural”, aquela que ocorre quando já se está velho e cansado.
    Também discordo de quem diz que o medo da morte é puro instinto.. tem pessoas que resumem todos os aspectos da vida humana a instinto.. não é assim.
    Tem-se medo da morte porque ela é uma certeza incerta, porque ela pode acontecer daqui a 50 anos ou daqui a um minuto. Temos medo da morte porque ela nos afronta diariamente, porque muitas vezes ela é violenta, acidental ou banal. Porque podemos morrer de uma doença gravíssima ou por atravessar a rua num momento de descuido. Porque um vírus que não podemos nem enxergar pode acabar com nosso corpo. Porque a morte dos outros doi, acaba com sonhos, planos, muda outras vidas, muda a história.
    Enfim, a morte nos mostra que não somos nada, revela a nossa pequenez e a nossa fraqueza diante dela, que não podemos com ela e é isso que dá medo.

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